REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA DA PESQUISA EXPERIMENTAL
O presente Trabalho de Conclusão do Curso de Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda, teve como objetivo principal apresentar a importância da sinestesia utilizada em peças manuais para a contribuição da comunicação interna nas empresas. A escolha deste tema foi baseada na necessidade da melhoria da comunicação interna da área de Tecnologia da Informação da Arcelor Mitall Sistemas, que concentra apenas na mídia digital a forma de intercâmbio entre os funcionários.
Partindo desta observação e do pressuposto de que, atualmente, chamar a atenção das pessoas para a publicidade está se tornando uma tarefa difícil por causa das várias peças com formatos e conteúdos parecidos, o grupo decidiu neste projeto, ir além de uma simples comunicação interna bem elaborada e resolveu inovar utilizando peças sinestésicas impressas, que, além de explorar dois ou mais sentidos de uma só vez, também aguçasse a curiosidade das pessoas para o que está sendo proposto.
Um dos grandes desafios para o grupo, era o de afirmar a necessidade, a importância e a eficácia desta experimentação para o público interno, sem que isso fosse taxado como ultrapassado por causa de seu material ou meio. Desconfiamos a partir daí como a leitura árdua poderia nos dar a defesa que precisaríamos para estes possíveis questionamentos.
O início do processo de elaboração deste trabalho foi a realização da fundamentação teórica através de leituras e pesquisas que norteassem os assuntos inerentes ao projeto. Por se tratar de um tema novo, surgiu então, a primeira dificuldade enfrentada pelo grupo: a de encontrar autores que falassem com propriedade de assuntos como marketing sensorial, sinestesia, comunicação interna com ferramentas sinestésicas etc. Para a solução deste problema, o grupo procurou o aprofundamento nos poucos autores localizados para extrair de suas obras, o máximo possível de informações, discussões, idéias e argumentos, priorizando assim, a qualidade ao invés da quantidade.
O passo seguinte para a evolução do projeto foi a relação face a face com a empresa. Seguindo as orientações do que aprendemos em sala, para entendermos melhor as missões e valores da empresa e a personalidade de seus empregados, nossos principais alvos, realizamos um briefing com a Analista de Comunicação da empresa. Com o Briefing pronto, o grupo resolveu incrementar suas pesquisas e elaborou um questionário para aplicação com perguntas referentes às características pessoais dos empregados. No entanto, não foi possível a aplicação destes questionários, pois a empresa permite este tipo de ação apenas para assuntos internos ou para fins de premiações, tornando assim, inviável esta parte do processo de elaboração do projeto.
Além destas pesquisas já citadas, o grupo decidiu ir em busca de referências por peças fundamentadas na sinestesia e, para a surpresa dos integrantes, foram encontrados materiais que surpreenderam a todos pela beleza e eficácia em seu manuseio. Daí, então, houve uma percepção e satisfação do grupo de saber que estávamos caminhando na direção correta.
Todas as pesquisas realizadas foram de grande importância para a discussão da adequação do uso de ferramentas sinestésicas. Apesar das dificuldades, o grupo conseguiu se destacar bem nas elaborações teóricas do projeto.
Para os embasamentos teóricos, foram lidos vários autores que falam sobre a importância da comunicação interna. Porém, destacamos três destes que foram os mais explorados: Marlene Marchiori, que destacou a importância de uma organização interna bem elaborada; Martin Lindstrom, que estabeleceu um vínculo emocional da marca em relação ao consumidor e Ricardo Chiminazzo, que fala sobre a sinestesia na área da comunicação.
Com a parte teórica pronta, partimos para a etapa final do trabalho, aquela que antes de seu início julgávamos ser a mais prazerosa e fácil de se realizar. Entretanto, não foi isso que encontramos na prática. Surge então a terceira dificuldade do projeto.
Nas primeiras idéias a respeito das peças que iríamos fazer, deixamos nossas mentes livres para a criatividade, mas logo depois percebemos que não poderíamos apenas usar a criatividade, pois a peça deveria trazer também em seu conteúdo, uma vontade maior das pessoas em relacionar-se entre si. Com base no autor Ricardo Chiminazzo, onde afirma que no mundo moderno as pessoas se afastam ocasionando uma sociedade carente de afetos através de sentimentos e emoções, tivemos, então, que cortar várias peças e começamos a pensar em outras que contêm a sinestesia, a interação entre os funcionários e entre a empresa e que ao mesmo tempo fossem criativas e instigantes.
Para a surpresa dos integrantes do grupo, mais uma vez conseguimos superar as dificuldades e criamos peças além do proposto.
Partimos para as confecções das peças e, antes dos trabalhos manuais, visitamos algumas livrarias para ajudar na criação das mesmas. A visita a estes lugares nos propiciou um maior campo de conhecimento a respeito dos objetos ao qual iríamos trabalhar e, assim também ,nos ajudou a saber julgar com coerência o melhor formato e material para as respectivas peças.
Trabalhar com idéias, temas, peças ou qualquer outro tipo de coisas e objetos já existentes, com certeza torna qualquer tarefa menos árdua, porém, não te dá o gosto de ser o pioneiro. Desde o inicio do projeto o grupo sabia que fazer uma proposta de experimentação para a comunicação interna, utilizando a sinestesia, não seria uma tarefa fácil, portanto, enxergamos a oportunidade de podermos colocar em prática tudo aquilo que aprendemos em sala, mas, com um diferencial, a inovação que poderá render frutos no futuro.
Com este projeto, aprendemos a utilizar melhor nossa criatividade. Aprendemos também a importância de participar e escutar o que o outro tem para falar, ou seja, a força do trabalho em equipe.